COMPROMISSO

Fico muito triste ao ver a falta de comprometimento de muitas pessoas que simplesmente "copiam", fatos e história de outros sites/blogs, sem nenhuma responsabilidade.
Não sou historiadora, sou uma "curiosa", mas isso não me impede de consultar, pesquisar e averiguar da melhor forma possível os dados que posto neste blog.
Tento ser o mais fiel possível á verdade e tudo que foi postado, independente de ser originário de uma revista, internet ou livro, foi pesquisado... Inclusive por isso há uma demora de novas postagens...
Não tenho interesse de colocar qualquer coisa para fazer volume... tenho um compromisso com o meu conhecimento, e mais do que um simples blog que une gastronomia e história, faço deste um depósito de conhecimento.
Deixem opiniões, críticas, sugestões e conhecimento...
Obrigada
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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

"DAR UMA BANANA"

O ato de erguer o punho direito cerrado com força, apontando o cotovelo de um jeito meio brusco, tem sido cada vez mais preterido em vez dos pesados palavrões usados no dia a dia. Acredita-se que a expressão "dar uma banana" não só surgiu depois, como foi inspirada no gesto ofensivo e vulgar. O acréscimo da fruta ( com conotação fálica)*, no entanto, aconteceu apenas em território brasileiro. Em Portugal, sua terra natal, o gesto é apresentado de diferentes expressões: "fazer as armas de santo Antônio", "manguito"** ou "dar manguito"** - no país europeu, a referência às armas da Ordem Terceira de São Francisco, em que figuravam dois braços cruzados, tem a mesma intenção de xingamento. 


- Texto Extraído da Revista "Aventuras na História" Ed. 84 Jul/2010


Dicionário da Alê


* Conotação Fálica
Na realidade, fiquei horas pesquisado essa expressão, e tive que recorrer à minha professora Particular de Português Sassá...Realmente fiquei me sentindo bem "inculta", para não usar palavra pior, se era tão óbvio (para não ter descrição no dicionário), realmente eu estava perdida... aí vai a tradução para aqueles que como eu não conheciam essa "expressão" Aí vai o significado de CONOTAÇÃO FÁLICA:
co.no.ta.ção feminino (plural: conotações) Um significado que é sugerido,implicado, em oposição à denotação, ou definição literal. É uma característica de palavras ou frases, ou do contexto em que as palavras ou frases são usadas. 
A conotação de dizer: "ela é uma vaca" é que ela é fisicamente feia ou moralmente repreensível,  e não que ela é a fêmea de um bovino.
.li.co relativo ao falo, representação do membro viril masculino.
Logo, conotação fálica é uma sugestão erótica, que implica o órgão sexual masculino.

**manguito (mango + -ito)
1- Infrm. Gesto realizado com os dois braços, cruzando-se um sobre o outro, mantendo-se um deles na vertical, e que serve para ofender alguém.
4. Infrm. Gesto feito com os dedos, geralmente considerado obsceno e usado para ofender alguém. 

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

"A PREÇO DE BANANA"

Usamos a frase "a preço de banana" quando encontramos um artigo com preço baixo , mas tão baixo que nem dá vontade de pechinchar. Essa expressão  remonta ao descobrimento do Brasil: ao chegar aqui, os portugueses encontraram bananeiras produzindo naturalmente sem que fosse necessário plantá-las.
Durante a colonização, era comum encontrar a fruta em propriedades agrícolas e quintais, pelo simples motivo de que as bananeiras são plantas de fácil cultivo em climas quentes e úmidos. A Abundância fez com que a fruta não atingisse altos valores comerciais, e assim a banana virou sinônimo de produto barato.

- Texto extraído da Revista "Aventuras na História" Ed. 75 Out/2009

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

"ENCHER LINGUIÇA"

Quando falamos ou escrevemos coisas sem importância, apenas para ocupar mais tempo ou espaço, dizemos que estamos "enchendo linguiça". De acordo com o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, essa expressão derivou de um sentido figurado.
Sua origem está no processo de fabricação de linguiças, que são feitas com diferentes tipos de carnes. Esse material é processado, unido a temperos, condimentos e  gordura e depois misturado até formar uma massa uniforme. Terminado esse processo, é hora de encher linguiça, ou seja, de colocar esse material dentro das tripas até que elas fiquem com o aspecto do alimento. Hoje em dia, o controle é mais rigoroso, mas houve um tempo em que qualquer resto de carne e gordura servia. Daí a origem da expressão

- Texto extraído da revista "Aventuras na História" ed. 63 Out/08

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

"PAU DE VIRAR TRIPA"

Usada para descrever pessoas altas e magras, a frase surgiu de uma associação desse tipo físico com o utensílio usado para virar a tripa ao contrário, com o objetivo de fazer sua limpeza. Quando esse processo acaba, ela é recheada até se tornar linguiça.
Os paus de virar tripa chegaram ao Brasil no fim do séc. 19, pelas mãos dos imigrantes alemães e italianos, que trouxeram de sua pátria o costume de comer alimentos embutidos. Nesse período, existiam apenas as tripas naturais, que eram retiradas do trato intestinal de suínos, bovinos e ovinos. Depois de extraídas, elas eram limpas em água corrente e viradas ao contrário com a ajuda de pedaços compridos de madeira - normalmente, galhos finos e compridos de marmeleiro.

- Texto extraído da revista "Aventuras na História" Ed. 63 Out/08

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

"DE MEIA-TIGELA"

Durante toda a monarquia portuguesa, as pessoas que prestavam serviços domésticos à corte obedeciam uma hierarquia. Competia a cada um - oficiais, camareiros, pajens e criados - obrigações maiores ou menores, conforme o foro aristocrático. Como era costume na época, os empregados se alimentavam no local de trabalho e a porção de alimento a que tinham direito era proporcional à função que exerciam , de acordo com o que figurava no Livro da Cozinha del Rei, prescita pelo "veador" (Veador, ou antes viador, do latim via, caminho ou estrada, era um antigo título honorífico em Portugal e no Brasil que se dava ao oficial-mor da casa real que servia junto à rainha ou a imperatriz no paço ou fora dele; camarista da rainha. Este título era destinado obrigatoriamente à cidadãos nobres ou que fossem provenientes de famílias nobres), supervisor do mordomo-mor. O tempo de serviço também contava na hora de distribuir a ração. Os recém chegados à corte, além de não terem direito a moradia, recebiam pouca comida, e isso era motivo de piada entre os funcionários que já moravam no Paço Real. Como estavam longe de ocupar posições importantes, os novatos eram chamados de "fidalgos de meia-tigela". A expressão atravessou alguns séculos e continua sendo usada para designar algo sem valor, mixuruca. 


- Texto da revista "Aventuras na História" Ed. 20 Abr/2005

"VÁ PLANTAR BATATAS"

Alguém o atormentou o dia todo? mande a pessoa plantar batatas que ela o deixará em paz. Mas o que os pobres tubérculos tem a ver com isso?? A expressão de origem portuguesa, começou a ser usada no Séc. 15, época em que a navegação e a pesca do bacalhau ganharam força em Portugal. A agricultura , que fornecia os alimentos básicos, era vítima de um certo desdém, principalmente a batata, tida como um alimento vulgar - quem se dedicasse a plantá-la se sujeitava a uma atividade desqualificada.
Mais tarde, nos países que participaram da Revolução Industrial, ser operário dava mais status do que ser lavrador. Com a decadência das pequenas indústrias, trabalhadores qualificados, recém-desempregados, eram aconselhados a plantar batatas.
O tubérculo também é protagonista da expressão "é batata". Usado para designar algo simples de se fazer ou algo que certamente irá acontecer, o ditado surgiu como referência à facilidade em cultivar a batata nos mais diferentes locais.

- Texto extraído da Revista "Aventuras na História" Ed. 25 Set/2005

"O POMO DA DISCÓRDIA"

A raiz desta expressão está na Mitologia Grega, segundo a qual, Éris – A Deusa da Discórdia – foi a única a não ser convidada para o Casamento de Tétis e Peleu. Por isso, decidiu ir à cerimônia para vingar-se. Jogou sobre a mesa da cerimônia uma maça de ouro (o Pomo) com a inscrição “Á mais bela”. O presente provocou a discórdia entre Hera, Atena e Afrodite: as três reclamaram o título. A decisão coube à Paris e a escolhida foi Afrodite, que prometeu a ele a mais bela das mulheres como esposa. Tal mulher era Helena, esposa de Menelau, rei de Esparta. Helena fugiria com Paris para Tróia, provocando a lendária guerra entre gregos e troianos.
- Texto extraído da Revista Aventuras na História ed. 16 12/2004
É impressionante... olha a maça provocando aí de novo...

"ABRE-TE, SÉSAMO!"

A frase mágica usada por Ali-Babá em As Mil e Uma Noites era a a senha para que a porta do seu esconderijo se abrisse automaticamente. Mais do que o mistério de como essa espécie de controle remoto das arábias funcionava, a frase guarda outro segredo: o Que é Sésamo??? Na verdade, a expressão "Abre-te sésamo", é uma metáfora que significa "abre-te como um sésamo se abre". O sésamo em questão é, no português de Portugal, o gergelim, planta que se abre devagar liberando suas sementes (aquelas que vem em cima do Big Mac). Assim, o que Ali dizia ao chegar em casa era: "Abre-se gergelim". a confusão acontece no Brasil, porque as traduções da História que chegaram aqui, no séc. 19, estavam em português europeu. E, de lá pra cá, ninguém se lembrou de perguntar: afinal, quem é esse tal de "Sésamo"?

- Texto Extraído da Revista "Aventuras na História" Ed. 21 Maio/2005